quinta-feira, 19 de maio de 2011

Se não fosse o quase.

Acredito que não viemos a este mundo para satisfazer as expectativas do outro, aposto na naturalidade, liberdade de escolha, quando estamos em um relacionamento, certas atitudes não condizentes naturalmente desaparecem, e são válidas por serem verdadeiras...
A flexibilidade dentro da relação (seja de que espécie for) é indispensável, no entanto, há pessoas que decidem mudar, as vezes drasticamente somente para agradar outrem, quando deixamos de fazer algo que é inerente à nossa personalidade, estamos nos abstendo como pessoa para chegar o mais perto possível daquilo que é "perfeito" ao meu parceiro. 
Parece que o ser humano é condicionado a enxergar o lado ruim do outro, das situações," estás namorando aquela mina mó vagaranha que bebe até cair e arrasta tudo quanto é cara todo fds?!falô,CORNO" eu pergunto, será que ela é aquilo 24hs por dia, sete dias por semana?Vale a pena taxar uma pessoa (principalmente mulher se tratando da sociedade machista como a nossa) por um vão momento de exaltação alcoólica, extravasamento momentâneo em uma festa qualquer?Creio que não...
Fui motivada a escrever esse texto após ler um blog, onde a pessoa dizia que é necessário  o ser amado tentar mudar para agradar o namorado, para chegar o mais perto possível do que ele considera "a pessoa perfeita", eu pensei: que típico (homens/leoninos). Pelo que eu entendi, ele estava com uma pessoa mal vista pelos amigos por essa exagerar na bebida, ficar doidona e tocar o fd-se. 
Pensei nas minhas próprias relações, nas dos meus amigos e cheguei a conclusão de que somos seres extremamente egoístas e filhas da puta, estamos sempre tentando mudar aquilo que não é agradável a mim ou aos olhos dos outros em nossos parceiros, nunca é o suficiente, queremos sempre mais, inconscientemente procuramos a perfeição que não encontramos em nós, acabamos aprisionando o outro tentando transformá-lo no príncipe/princesa que nunca tive nem vou ter (ser), injusto, não?Preocupante é quando o objeto idealizado se permite transformar para agradar, não perder, por medo... digno de pena, logo será substituído, afinal, o ser humano gosta de desafios, o fácil nunca é tão interessante, a busca é quase sempre pelo o que não se pode ter, doentio...
Acho válido passarmos a exacerbar o que o próximo tem de melhor, colocar as qualidades que possui como motor propulsor de nossa admiração, e não focar nos defeitos ou desajustes sociais na espera de que ele mude para melhor se adequar ao meu perfil de pessoa quase perfeita. Convenções sociais só servem para procriar ações mecânicas e hipócritas, a essência da alma só é percebida por aqueles que têm sensibilidade. Quanto já perdemos tentando mudar o que não é bom, mudando a nós, por ‘amor’, que a mudança seja necessidade própria, para o eu e nunca para o teu, mas como o homem é bicho burro, quem sabe lá no fim da vida, sozinhos, com nossas frustrações de ideais não alcançados, tenhamos aprendido a lição.